sexta-feira, 5 de maio de 2017

No princípio era o Caos e... hoje também um pouquinho...



Olá galerinha... galerinha? Oi? Parece que no princípio não havia ninguém... Deus...?

Série: Redações
O Livro dos Espíritos
Autor do livro: Allan Kardec
Capítulo III: Da Criação


              Se nós somos os observadores do universo, Deus seria o Observador por excelência. Poderia a organização molecular da água transformar-se  pela ação das palavras? Para o japonês Masaru Emoto, sim, apesar dos seus inúmeros críticos! Seguindo adiante, “pratrasmente”, encontramos Zeno, o filósofo grego de Eleia, o filósofo dos paradoxos(c.500-f.c.450). E daí? E daí que, em 1977, dois físicos indianos, Misra e Sudarshan, ao estudarem sobre a inibição da transição entre autoestados de um átomo devido às medições frequentes, batizaram o fenômeno de Efeito Zeno Quântico. Ahn? O quê? Como? Por trás desses nomes complicados, reside uma possibilidade perturbadora: o observador afeta o objeto observado? A intenção e a vontade funcionariam como agentes em si? Nesses estudos dos indianos, o movimento das partículas subatômicas cessava (congelava) no momento em que eram medidas/observadas. Por quê? Caso essa conclusão seja provada, as palavras do Gênese passam a fazer um assombroso sentido, pois Deus teria criado o universo a partir da Sua Vontade, da Sua Palavra.
           Segundo O Livro dos Espíritos, o chamado fluído cósmico universal, tratado no texto anterior, constituiria o elemento fundamental, do qual teria sido formada a matéria pesada, do mesmo modo que as moléculas orgânicas. Talvez o fluído verse sobre as águas primordiais do primeiro livro bíblico. A matéria pesada gradualmente foi condensando-se para formar todos os corpos celestes, enquanto as moléculas orgânicas aguardavam as condições propícias ao desabrochar da vida, no início em estado latente. Devido às inúmeras composições químicas, peculiares de cada globo, a vida desenvolveu-se adaptada às mais distintas circunstâncias, fato esse, vislumbrado, na própria Terra. Terra que, do ponto de vista espiritista, ocupa um lugar periférico no concerto universal.
              Todos os mundos são habitados, declararam os espíritos, contudo, essa habitação não se dá, forçosamente, na dimensão física, terrena. Muitos mundos seriam estéreis em nossa dimensão e, por isso, seria inútil vasculharmos com nossos instrumentos obtusos. Deus não fez nada inútil. Planetas e estrelas desempenham um papel muito mais importante que recrearem as nossas vistas terráqueas, vistas estas, tão antolhadas. Muitos de nós ainda continuamos presos às alegorias bíblicas, fundadas em tradições culturais castradoras do pensamento.
           E de onde teríamos vindo? Em estado latente, tais quais todas as espécies do universo, nossos corpos ou ao menos seus menores componentes repousavam no fluído cósmico, até emergirem no momento propício. Somos poeira das estrelas, dizem nossos cientistas atuais. As moléculas e átomos presentes em nossos corpos foram gestados no interior de estrelas, hoje mortas, porém vivas em nós. Seguindo o racismo científico, oitocentista, o livro utiliza o termo raças para qualificar os tipos humanos, elencando o clima e a geografia como causas dessas diferenças, sem, contudo, desqualificar nenhuma raça “a priori”, por motivos de cor, pertencendo todas as raças à mesma espécie humana. Kardec, entretanto, faz comentários, nitidamente racistas, atestando sua ignorância acerca do continente africano, reputado, segundo ele, como a terra de selvagens inferiores. Para quem acredita na veracidade das psicografias, vale a pena comparar as respostas dos espíritos com os comentários do Codificador, sempre tendo em mente a não onisciência dos espíritos.
          Contrastando com as teorias hegemônicas atualmente (monogenismo), o Livro dos Espíritos advoga pelo poligenismo, ou seja, o homem teria surgido em várias épocas e lugares distintos e não unicamente na África, para de lá espalhar-se pelo mundo. Ainda assim, caso se considere esse homem, enquanto “homo sapiens”, desconsiderando os hominídeos anteriores, talvez seja possível uma conciliação de visões. Mas são apenas especulações, em meio a um terreno tão nebuloso quanto as eras anteriores ao Neolítico. É prudente esperarmos por mais descobertas científicas, se quisermos elucidar essa história imemorial.

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