quinta-feira, 4 de maio de 2017

As cordas espiritistas



Olá galerinha microscópica do bem e transdimensional do mal, afinal toda matéria tem sua anti-matéria, ou não? Acho que não né... 
Ao tocar suas harpas, violões, violinos, violoncelos e todas as cordas celestes... Deus disse: -Faça-se o Multiverso!

Série: Redações
Livro dos Espíritos
Autor do livro: Allan Kardec
Capítulo II: Dos elementos gerais do universo


     Uma pergunta, dentre outras, intriga nossos cientistas contemporâneos: qual a composição do universo? Físicos, astrofísicos, astrônomos, cosmólogos, químicos debruçam-se sobre esse mistério. Acreditam ser composto por, aproximadamente, 4% de matéria ordinária (bariônica), 22% de matéria escura e 74% de energia escura. O qualificativo “escura” refere-se ao desconhecimento desses elementos, deduzidos a partir de observações indiretas, por exemplo, dos seus efeitos na gravidade dos corpos celestes. As teorias do Big Bang assim como da expansão do universo eram inviáveis, caso fossem apenas contabilizados os dados da matéria ordinária.
     Fato notável, envolvendo esses elementos escuros, é a sua invisibilidade diante dos mais modernos instrumentos de observação/medição, ou seja, não podemos observá-los diretamente, mais que isso, eles constituem o vácuo do espaço. O vazio não tão vazio. Seriam eles, o fluído cósmico universal, enunciado pelos espíritos, na primeira metade do séc. XIX?  Aquela substância semimaterial, imponderável e invisível aos nossos instrumentos, mas que, ainda assim, é matéria e tudo preenche? Uma matéria distinta daquilo que chamamos convencionalmente de matéria. Um elemento primitivo do qual derivariam todos os outros. O embrião cujo magnetismo e cuja eletricidade são seus desdobramentos. Essas seriam as características do fluído cósmico, substância intermediária entre a dimensão física e a espiritual.
     Avançando no rol das semelhanças, nos deparamos com a teoria das cordas. Essa teoria pretende unificar a Relatividade einsteiniana com a mecânica quântica, porém, carece de provas empíricas. Não deixa de ser provocante a ideia esotérica, nela implícita, de que “Tudo é Um”. Tudo o que existe no universo visível ou invisível derivaria de um único elemento primordial, combinado e organizado das mais diversas formas. Vibrando das mais variáveis maneiras, diriam os teóricos das cordas. Um ultramicroscópico filamento essencial, capaz de originar toda a matéria conhecida ou desconhecida, ao vibrar em frequências dessemelhantes.
     Segundo os espíritos, no Livro dos Espíritos, o universo seria composto de três elementos fundamentais: a matéria grosseira, a matéria etérea e o princípio inteligente. A teoria das cordas admite a concepção de sete dimensões além das quatro conhecidas (comprimento, largura, profundidade e tempo), casando mais uma vez com as teorias multidimensionais espiritistas, as quais vinculam as dimensões invisíveis à matéria etérea.
       Foi singular  um livro de meados do séc. XIX afirmar o quão distantes os cientistas estavam da partícula basilar. A afirmação foi anterior aos experimentos de Goldstein e Rutherford, 1886 e 1904, respectivamente, descobridores dos prótons. Afirmação igualmente anterior à descoberta dos elétrons por Joseph John Thomson, em 1897, ganhador do Nobel de Física, em 1906. Isso sem esquecer os quarks, partículas subatômicas, pesquisadas por físicos como Gell-Mann e Zweig, na década de 60, já no séc. XX! Sendo patente a existência de partículas ainda menores, investigadas, atualmente, no Grande Colisor de Hádrons ou LHC.

         Outra assertiva desconcertante alude aos estados da matéria: “(...). Mas a matéria existe em estados que ignorais (...)” [Kardec, Allan; O Livro dos Espíritos, pág 72, 14 ed. de bolso – Rio de Janeiro: FEB, 2007]. Mais de um século e meio depois, já se fala em, no mínimo, 5 ou 7 estados da matéria, além dos estados clássicos: sólido, líquido e gasoso. Seja como for, melhor nos eximirmos de declarações categóricas, uma vez que já blasfemei nesse texto, ao mencionar o espiritualismo tão próximo da física. O fato é a existência de um gigantesco e promissor campo de investigações, a certeza de muitas dúvidas. Contudo, percebemos a relevância de um livrinho centenário, um ancião ousado. O Universo (ou multiverso...) uma grande sinfonia? E nós? Notas desafinadas, fora do tom? 

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